domingo, 28 de fevereiro de 2010

Soneto de Lêda Mello

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CANÇÃO DO ENCONTRO
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Na orquestra da vida és o contraponto.
Onde a razão dá pauta à sinfonia
E o coração enfeita a harmonia,
Na doce e alegre canção do encontro.
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Que na tua mesa, felizes convivas
Não sintam riscos, sigam sem temor
De se irmanarem pelo teu amor,
Fonte de paz, um rio de águas vivas.
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Permite ao coração ser ponte e vida,
Traço de união, regaço e guarida,
Recanto de luz, onde o amor germina.
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Canta ao encontro um hino de louvor,
Faz de ti oferta, plena de amor,
Doce lembrança que nunca termina.

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(Arapiraca - Alagoas)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Carnaval" - trova de Zealberto

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Terminado o Carnaval

vão-se os amores banais,

tudo voltando ao normal

restam cinzas, nada mais.

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José Alberto Costa
(Maceió -AL - 17.02.2010)
Postado no blog "Movimento da Palavra".
movimentodapalavra.blogspot.com

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Homenagem à Miss Paripueira

Miss Paripueira
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Os organizadores do carnaval de Paripueira, no Litoral Norte de Alagoas, resolveram homenagear uma figura muito conhecida daquela região nos anos 60/70: Miss Paripueira, cujo nome de registro (se é que esse documento existiu) nunca soube ao certo. Dizia chamar-se Fulosina, Ambrosina, Aflosina ou outro nome qualquer e assim nunca descobri a verdade.
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A primeira vez que entrou lá em casa vinha fugindo dos “maloqueiros”, como ela dizia, que azucrinavam sua paciência, chamando-a de Sabiá ou Canela de Sabiá, coisa que detestava. Estava com fome, com sede e cansada da perigrinação habitual pelas ruas da então vila, agregadada ao município de Barra de Santo Antônio, pedindo um dinheirinho para sua sobrevivência e defendendo o seu reinado de Miss. Voltou lá várias vezes para tristeza dos meus filhos que morriam de medo dela.
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Baixinha, de idade indefenida, Miss Paripueira, andava com roupas extravagantes e enfeites berrantes, ofertados por pessoas que ela considerava de bom coração. Quando saía de casa, lá pras bandas da Rua das Velhas, chamava a atenção pelo colorido dos seus trajes oficiais. Procurava andar nos trinques para fazer frente a uma tal de Lulu da Barra que, invejosa, desejava usurpar-lhe a coroa e o título. Dizia que Lulu não sabia desfilar e nem dançar o carnaval. Somente ela, Miss Paripueira, conhecia o “passo da onça”, um estilo de dança com o qual pretendia desafiar a “olho grande” da Barra, para desmoralizá-la no meio da rua.
Lulu da Barra e os maloqueiros da rua eram seus maiores inimigos. Desses, nem a polícia cuidava. Da invejosa ela mesma cuidaria. Qualquer dia invadiria a Barra com seus amigos e defensores para dar uma sova de bunda limpa na tal Lulu e escorraçá-la da região, completamente avacalhada.
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Um dia os jornais noticiaram a morte de Miss Paripueira, vítima de atropelamento, no centro de Maceió. Todos sentiram, lamentaram a desdita daquela figura emblemática de Paripueira. Passado algum tempo, volto a encontrá-la em Maceió, vivinha da silva. Falou do acidente, achando que Lulu da Barra teria alguma coisa com aquele fato.
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Quando morreu de verdade só tomei conhecimento tempos depois, porque naquela época vivia afastado de Paripueira. Com os filhos na adolescência, que sempre apareciam com outros programas para finais de semana e a casinha praieira ia ficando desprezada.
Agora, tantos anos depois, leio a notícia do “Concurso de Fantasias Miss Paripueira”, estampada no blog “Pois É – um jornaleco de opiniões e picuinhas”, editado pelo competente amigo Pedro Cabral, trazendo ainda uma foto da homenageada que marcou época em Paripueira, enviada por Keyler Simões, que tomo a liberdade de reproduzir. O evento será no sábado de carnaval, na Casa de Cultura de Paripueira. Estarei lá com certeza. (JAC)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Poema de Larissa Perdigão

Larissa Perdigão (*)
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PASSOS DE ANJO
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Invadiu meu mundo com passos de anjo,
Fez do silencio noturno a mais doce sinfonia,
Despejou simpatia com olhar brilhante,
como estrela guia.
Era luz, pura luz, era dia.
E iluminou minh'alma já tão obscura.
Trouxe a cor da paixão que jazia.
Fez então de novo a vida.
Invadiu meu mundo com passos de anjo,
Fortes e precisos passos de anjo.
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(*) é psicóloga, mantém o blog “Em Guardanapos” (http://larissa-emguardanapos.blogspot.com/)
onde publica seus poemas.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Homenagem familiar

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No último dia 29/01 nosso querido pai e avô José Alberto nos orgulhou com mais uma demonstração de seu conhecimento, dedicação e inteligência, quando teve seu blog escolhido como o melhor do ano de 2009. Para nós filhos e netos é um troféu ter um “veínho” tão sábio, atualizado e tão carinhoso. Eu como filha já o achava babão e extremamente presente em minha vida, mas ele conseguiu superar ainda mais estas características quando passou a ser avô, ele é o vovô conhecido por nós como a versão masculina da vovó Benta, do Sítio do Pica Pau Amarelo. Conta histórias, piadas, dá remédios, leva as netas ao colégio ou médicos, constrói contos, auxilia nas atividades escolares, cria músicas e poesias para cada uma delas e é chamado por elas de “dicionário ambulante”, pois tudo que elas precisam saber ele tem respostas e conhecimento para explicar, seja qual for o assunto, o que deixa todas muito vaidosas. Ass escolas sempre o convidam para dividir sua experiência com os demais colegas.
Sua grande fortaleza, claro, é a grande vovó Mirô que sempre deu espaço para que ele nos amasse e intermediasse todas essas relações. Sua bat-caverna é um quartinho com uma frase na porta: “Deus abençoe esta bagunça”. Lá ele se realiza e se encontra em meio a um acervo de tudo que possamos imaginar. É onde só ele consegue encontrar as coisas e manter sua bagunça organizada. Ai daquele que ameaçar entrar em seu espaço sem permissão, regra respeitada pelas suas netas, que só usufruem do espaço em sua presença.
Este homem guerreiro é um orgulho para nós e, por isso, nos faz querer ficar cada vez mais em sua presença.
Acima, as cinco netas privilegiadas pela presença dele em suas vidas. Cada uma carrega uma característica única deste grande homem.
Te amamos Papai! Te amamos Vovô!!!
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Beijos,

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Ana Paula, Carla, Beto (filhos) e as netinhas Analívia, Tainah, Beatriz, Thamires, e Bruna