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Paulo Jacinto
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Manoel Nunes Lima
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Paulo Jacinto! Fazendas, estradas,
Ruas compridas e tortuosas
Noites calmas, enluaradas,
Morenas acanhadas e dengosas.
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Paulo Jacinto! Carros-de-bois passando
gemendo, gemendo constantemente.
Rio correndo, gado pastando,
Mulheres lavando roupa ao sol quente.
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Paulo Jacinto! Boêmios apaixonados
fazendo seresta a noite inteira...
Paulo Jacinto! Casais de namorados
passeando na festa da padroeira!
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Paulo Jacinto! Cigarras cantando
em tardes quentes de verão...
Gente forte e alegre trabalhando
Na colheita do algodão.
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Paulo Jacinto! O meu lar paterno
Uma casa azul com portão ao lado...
O rio enchendo em tarde de inverno,
A voz de meu padrinho tangendo o gado.
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Poema escrito pelo jornalista, cronista e chargista Manoel Nunes Lima, em 1951, homenageando a terra que o adotou
Há 4 anos
2 comentários:
Quanto sentimento nesse poema do nosso Nunes. Eu não sabia que ele também era poeta. Nunes era um talento completo. Quanta saudade eu sinto do meu querido amigo! Arlene.
Arlene,
A carreira do Nunes Poeta quase não existiu. Conheci e guardei apenas este - "Paulo Jacinto" -, justo da fase dos namoricos, quando rapazes e moças, no auge das paixões, sempre se aventuravam no campo da poesia. Desconheço outros trabalhos poéticos dele.
Um abraço e obrigado pela visita,
Zealberto
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