Soneto a Rosa da Manhã Nascente
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Da fuligem do tempo entardecido,
emerge a rosa da manhã nascente:
— plenilúnio de agosto acontecido
vogante pelo espaço opalescente.
emerge a rosa da manhã nascente:
— plenilúnio de agosto acontecido
vogante pelo espaço opalescente.
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No canteiro do olhar anoitecido,
— fonte de orvalho puro e permanente —
opaliza-se a rosa e, renascido
o tempo, um novo mundo se pressente:
No canteiro do olhar anoitecido,
— fonte de orvalho puro e permanente —
opaliza-se a rosa e, renascido
o tempo, um novo mundo se pressente:
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(dissimulado, o sol poreja sangue
e, no pálio do céu, a lua exangue
vela a noite da infância adolescida)
(dissimulado, o sol poreja sangue
e, no pálio do céu, a lua exangue
vela a noite da infância adolescida)
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— é que a rosa de cor avermelhada
transfigurou-se em flor purificada
nascente na manhã azulecida.
— é que a rosa de cor avermelhada
transfigurou-se em flor purificada
nascente na manhã azulecida.
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Soneto da Ausência
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Busquei em ti a fonte de meu sonho
mas eras flor feita da noite escura,
brotada de um efêmero sorriso
que se foi no volver da madrugada.
mas eras flor feita da noite escura,
brotada de um efêmero sorriso
que se foi no volver da madrugada.
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À sombra do que fomos, curvo a fronte
e reluzes em negro pensamento.
Egressa das ausências tua imagem e
reflui os meus silêncios homicidas.
À sombra do que fomos, curvo a fronte
e reluzes em negro pensamento.
Egressa das ausências tua imagem e
reflui os meus silêncios homicidas.
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Revivo meus fantasmas invioláveis
recriando despedidas e diálogos
nos canteiros estéreis da memória.
Revivo meus fantasmas invioláveis
recriando despedidas e diálogos
nos canteiros estéreis da memória.
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Fitando o que não és, nestes instantes,
Somos seres perdidos no abandono
no encontro de um momento nunca eterno.
Somos seres perdidos no abandono
no encontro de um momento nunca eterno.
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