sexta-feira, 6 de junho de 2014

Poema de PAULO CALDAS

 
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MERGULHOS NA NOITE


Tenho nas costas a lua,
Rabisco, rascunho, papel,
Sou um arco-íris noturno
Singrando escuros, vidraças, paste
l.

Reflito-a dependurada
Na aba do meu chapéu,
Menina, mulher, aquarela,
Entretela, entre azuis, lumaréu.


Imprimo pousos entrelinhas,
Bordo luzes a cinzel,
Urdo ouro, nanquim, serenata.
Luar de sede, de pedra, de prata.


Sou uma lua de lata,
Troféu trazido em tecido,
Nas dobras de um vestido,
Aconchego de pano puído...
Usada blusa sem cor
Despojo de roupa rota
Onde desfio debruns
E moradas de sóis.


Mergulho noites e aldeias,
Perscruto cavernas, candeias,
Medito em remansos de estrelas,
Embosco a lua e trago-a inteira,
Levitando em minhas mãos,
Luminosa bolha de sabão,
Impressa, tecida num véu,
A cinzel de serenata,
A luzes de ouro e prata...


Nanquim na vidraça do céu,
Sou a lua, rabisco, papel
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PAULO CALDAS (Maceió/AL) é artista plástico e poeta.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

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Mariana Teles


Querer eterno
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Mariana Teles
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No silêncio de tudo, quando eu calo
É somente em teu canto a minha voz
Na ausência que sinto, eu não me abalo
Porque Deus nos reserva um dia após...
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Do amor que eu tenho pra o amor que falo,
A distância é sempre infiel, algoz,
E em cada riso deixa um intervalo
Pra saudade de dois criar um nós
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Com você os planos são de um sempre terno,
E aquela certeza de um querer eterno
Se faz todo dia mais viva e mais forte.
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Meus sonhos se perdem na busca dos seus
E nós nos achamos num amor que Deus,
Fez com tanta vida que matou a morte.
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Mariana Teles, natural de Tuparetama (PE), poeta, declamadora, é filha do grande poeta Valdir Teles.