sábado, 24 de dezembro de 2011

Um soneto de Natal

Natal de um pária

Pedro Onofre

- Mamãe, papai Noel é mesmo um bom velhinho?
Se ele em verdade existe, assim como é falado,
por que não se lembrou de mim, esse enjeitado
que pra calçar não tem sequer um sapatinho?

E aquela pobre mãe, cabelo em desalinho,
o olhar busca esconder, tristonho e marejado
do pranto que verteu. Encara com cuidado
o filho, preocupada em demonstrar carinho.

Tenta expulsar do rosto essa expressão sombria
e num sussurro diz ao filho de repente:
- Se acaso ele existisse, o que lhe pediria?

E a criança ao responder-lhe, incrédula sorri.
- Queria que me desse, mãe, como presente.
na Noite de Natal, o pai que nunca vi.

Este soneto consta do livro “Poesias completas de Pedro Onofre”, lançado dia 22 de dezembro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Dois poemas de Adélia Prado

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A carne simples
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Na cama larga e fresca
um apetite de desespero no meu corpo.
Uivo entre duas mós.
Uivo o quê?
A mão de Des que me mói e me larga na treva
Na boca de barro, o barro.
Quando era jovem
Pedia cruz e ladrões para guarnecer meus flancos.
Deus era fora de mim.
Hoje peço ao homem deitado do meu lado:
me deixa encostar em você
pra ver se eu durmo.
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Roça
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No mesmo prato
o menino, o cachorro e o gato.
Come a infância do mundo.
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Adélia Prado nasceu em Divinópolis, Minas Gerais. Dentre sua vasta obra poética destacamos: Bagagem, O coração disparado, Terra de Santa Cruz, O pelicano, A faca no peito, Poesia reunida, Oráculos de Maio. Os poemas acima estão em "O coração disparado" (Editora Record)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Um relógio criativo

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Joaldo Cavalcante lança novo livro

A gente se vê na comunicação de governo?

Documentos inéditos, investigação jornalística, depoimentos de profissionais de imprensa que lidam com a informação oficial e embasamento teórico. Estes são os ingredientes que compõem o livro “A gente se vê na comunicação de governo?”, do jornalista e ex-secretário de Comunicação do Estado, Joaldo Cavalcante, lançado recentemente. “Apesar de vivermos num sistema federativo, o poder central se exime da responsabilidade de construir parcerias e políticas de comunicação duradouras com as estruturas de comunicação dos entes federados”, afirmou o autor.