quinta-feira, 19 de julho de 2012

Creusa Meira ganha concurso de Cordel


Cultura Nordestina
(1º Prêmio do Concurso Rádio Sociedade da Bahia, neste ano de 2012)
 .
Creusa Meira (*)
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O Nordeste brasileiro
Pela seca, castigado
Não se dobra às intempéries
Nem se sente injustiçado
Ao contrário, mantém viva
A riqueza que cultiva
Nos anais de cada estado
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Os estados que compõem
Esta vasta região
Desde Rio Grande do Norte
Sergipe, Bahia, vão
Paraíba, Ceará
Piauí, Alagoas a
Pernambuco e Maranhão.
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Neste pedaço de chão
A alegria predomina
Nos festejos populares
Que a tradição ensina
A deixar a chama acesa
Irradiando a beleza
Da cultura nordestina
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Um traço que determina
Neste tão belo cenário
Ativa nossa memória
Inspira o imaginário
Lembrança que nos afaga
Do mestre Luiz Gonzaga
No ano do seu centenário
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O filho de Januário
Nasceu, cresceu no sertão
De Pernambuco saiu
Sem ter do pai, permissão
Foi mais tarde, consagrado
No Brasil considerado
O eterno Rei do Baião.
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Nordeste é a região
De destacados luzeiros
São nomes que repercutem
No cenário brasileiro
Da música, literatura
Danças, ritmos, cultura
Correndo o mundo inteiro
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E no versejar ligeiro
Faço a minha homenagem
Aos poetas populares
Que deixam sua mensagem
Cantando com maestria
Transformam dor em poesia
Dificuldade em coragem
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Faço também a viagem
Pelos cercos do passado
Revivendo os costumes
Que ficaram preservados
Construindo a história
Na lembrança, na memória
Um tempo eternizado
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Festa de São João, reisados
Pau de sebo, carnaval
Quadrilha, bumba meu boi
Fogueiras no arraial
Comidas, artesanato
Folguedos que são de fato
Um celeiro cultural.
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(*) Creusa Meira é poeta de cordel, natural de Dom Basílio (BA), residente em Salvador. Apaixonou-se pela literatura de cordel, após contato com a poesia de Patativa do Assaré e os escritos de seu Pai Né Meira (bandolinista), que escreveu Diários e ABCs em sextilhas e os esqueceu entre papéis guardados. Com o advento do Cordel na internet participou de um festival de versos virtuais e um concurso de Cordel.

domingo, 15 de julho de 2012


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O RETRATO
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Arlene Miranda
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Olhar parado na velha moldura,
Lembrança de quem foi um grande amante.
Conserva, ainda, a mesma candura
E o brilho na pupila rutilante.
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Os doces sonhos que deixou pra trás
Ardem na brasa de extremos fulgores,
Mesmo que dele já não restem mais
Lembranças vivas de velhos amores.
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Igual a mim, que morro lentamente,
Qual anciã que vem perdendo o viço,
Em silêncio se impõe ali na sala...
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Qual assassino que matou o tempo,
Jamais há de matar minhas lembranças,
Nem o ardor das minhas esperanças.
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Meu sonho, meu bem 
 .
Lys Carvalho
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Quando penso que tudo acabou,
ainda resta um pouco de mim
para acariciar teu rosto,
num gesto tímido de amor.
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Acalentar a saudade,
com as lembranças vivas
de um amor maior.
Sentir teu cheiro no ar
e ouvir tua voz,
no silêncio da noite.
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Essa magia de sentimentos ocultos
é o que acalenta minha alma,
meus sonhos e meu bem-querer!
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Copyright © 2012 by Lys Carvalho
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segunda-feira, 2 de julho de 2012


Último desejo
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José Alberto Costa
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Acerco-me de ti
a estas horas mortas,
sem esperanças
do teu perdão.
Não ouso macular o teu retiro
chamando-te à porta,
interrompendo sonhos
que não são por mim.
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Exponho feridas abertas
que me atormentam,
deixando trôpego
o andar despovoado
de viageiro inquieto,
no final da senda,
carregado de culpas.
Um olhar. Um gesto.
Só o que peço
para adormecer em paz.

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Copyright © 2011 by José Alberto Costa
All rights reserved
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Tua Musa
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Valderez de Barros

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Ah, como quero que sejas
o cobertor que me cobre;
que, delicado, me envolvas,
sem que nada falte ou sobre!
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Ah, como quero que encostes
o rosto em meu travesseiro,
pra que em sonhos me deleite.
sentindo teu doce cheiro!
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Se assim for, serás então,
minha paixão verdadeira,
dono do meu coração!
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E em versos, em fantasia,
serei tua musa primeira,
como sonhei ser um dia!

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Copyright © 2012 by Valderez de Barros
All rights reserved

Além do Infinito - Trovas e Frases


Laçamento do livro "Além do Infinito - Trovas e Frases", da poetisa Maria Nascimento, nascida em Coruripe(AL) e radicada no Rio de Janeiro há muitos anos. A apresentação do livro coube a este blogueiro (Zealberto), no salão de eventos do Pajuçara Praia Hotel. À mesa o poeta Claudio Antonio Jucá Santos, presidente da Academia Maceioense de Letras, a autora, Maria Nascimento, a médica Eliante Aroucha e o acadêmico Judá Fernandes. A autora  é sócia efetiva da Academia Maceioense de Letras e presidente da União Brasileira dos Trovadores (RJ).

Cantos da Alma
 .
Lêda Mello
Os versos tornam reais as ilusões,
em sutil confronto às mágoas vividas.
Abrandam as dores das desilusões,
Transformam em rimas as lágrimas contidas.
Canto dorido, às vezes de saudade,
Versos voejam ao sabor da ilusão,
O pensamento, em cumplicidade,
Constrói seu mundo, lava o coração.
Navega em águas onde a dor se esvai,
Lavando a alma em quimeras distantes,
Invade trilhas e caminhando vai
Cobrindo os rasgos das mágoas de antes.
(Arapiraca - AL - Brasil)