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Certas rosas e cavalos de outonos
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Cuidemos de inventar na primavera
Cuidemos de inventar na primavera
cavalos que hão de vir por nosso outono
pastar os verdes campos de silêncio
velados pelas nossas rugas claras.
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Que sejam mansos os cavalos, tanto
Que sejam mansos os cavalos, tanto
quanto o silêncio for maior e calmo.
E que esses campos sejam verdes como
possa o outono ser resignado.
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Que outros cavalos hão de vir, por certo,
Que outros cavalos hão de vir, por certo,
com rudes cascos atiçar a terra
que à paz do outono fez apascentada
- porquanto será inútil, então, querer-se
inventar certas rosas nesses campos
posto que a primavera é já passado.
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Das mãos e das rosas
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Das mãos e das rosas
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Desfez-se a busca. Minhas mãos cansadas
Desfez-se a busca. Minhas mãos cansadas
do grande vôo que pressentia eterno
se recolheram em si tranqüilas para
o sono conjugal da rosa rubra.
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Um leito imaculado se inaugura
Um leito imaculado se inaugura
em cada palma dessas mãos aladas
onde repousam pétalas ardentes
também nutridas de ausência e espera.
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Das asas extenuadas de meus dedos
Das asas extenuadas de meus dedos
debruçam-se ternuras sobre as pétalas
que solitários ventos machucaram.
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E há corações pulsando em melodia
nas minhas mãos e em todo o rubro ardente
da rosa umedecida e reintegrada.
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Christiano Nunes Fernandes (1931-1998), amazonense, chegou a Maceió ainda criança, onde viveu, amou, constituiu família e escreveu sonetos e poemas que marcaram época. Os sonetos acima foram extraídos do livro “Da Rosa Definitiva”, prêmio Gustavo Paiva, conferido pela Academia Alagoana de Letras.
Um comentário:
Que o amor pelo próximo seja nossa meta absoluta.
Que nossa jornada de hoje esteja repleta de flores.
Uma feliz Páscoa beijos carinhos ,Evanir
http://wwwfonteamor.blogspot.com
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