segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um poema muito antigo

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Poema
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José Alberto Costa
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Um elefante branquinho,

feito das armas de outro,
vive indefeso, quieto,
sobre a mesa do meu quarto
onde costumo escrever.
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Em sua sólida mudez
conhece todo meu drama:
- chora comigo nas noites
de vigílias forçadas
quando rostos ressuscitam
pelas campas da memória
trazendo horror ao vazio
que há no quarto e em mim...
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(Maceió, 02/09/1960)

Um comentário:

Sylvia Rosa disse...

Meu amigo! É sempre bom ter um companheiro mudo ao lado de nós fazendo nos acreditar que não estamos sozinhos, e com quem podemos falar , chorar, sem receber nenhuma repressão...
Bom dia e excelente fim de semana!