quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nunes, poeta

.
Paulo Jacinto
.
Manoel Nunes Lima
.
Paulo Jacinto! Fazendas, estradas,
Ruas compridas e tortuosas
Noites calmas, enluaradas,
Morenas acanhadas e dengosas.
.
Paulo Jacinto! Carros-de-bois passando
gemendo, gemendo constantemente.
Rio correndo, gado pastando,
Mulheres lavando roupa ao sol quente.
.
Paulo Jacinto! Boêmios apaixonados
fazendo seresta a noite inteira...
Paulo Jacinto! Casais de namorados
passeando na festa da padroeira!
.
Paulo Jacinto! Cigarras cantando
em tardes quentes de verão...
Gente forte e alegre trabalhando
Na colheita do algodão.
.
Paulo Jacinto! O meu lar paterno
Uma casa azul com portão ao lado...
O rio enchendo em tarde de inverno,
A voz de meu padrinho tangendo o gado.
.
Poema escrito pelo jornalista, cronista e chargista Manoel Nunes Lima, em 1951, homenageando a terra que o adotou

2 comentários:

Arlene disse...

Quanto sentimento nesse poema do nosso Nunes. Eu não sabia que ele também era poeta. Nunes era um talento completo. Quanta saudade eu sinto do meu querido amigo! Arlene.

JAC disse...

Arlene,
A carreira do Nunes Poeta quase não existiu. Conheci e guardei apenas este - "Paulo Jacinto" -, justo da fase dos namoricos, quando rapazes e moças, no auge das paixões, sempre se aventuravam no campo da poesia. Desconheço outros trabalhos poéticos dele.
Um abraço e obrigado pela visita,
Zealberto