segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Poema de Lêdo Ivo

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Precauções Inúteis
.
Lêdo Ivo
 .
Quem tapa minha boca,
não perde por esperar.
O silêncio de agora
amanhã é a voz rouca
de tanto gritar.
 .
Quem tapa meus olhos
nada esconde de mim.
Sei seu nome e seu rosto,
o lugar em que estou…
sua noite sem fim.
 .
Quem tapa meus ouvidos,
me faz escutar mais.
Igualei-me as muralhas
e o silêncio maisfundo
guarda o rumor do mundo.
 .
Quem quer me ver sem memória,
erra redondamente.
Lembro-me de tudo
e cego, surdo e mudo
até o esquecimento.
 .
E quem me quer defunto
confunde verão e inverno.
Morto, sou insepulto.
Homem sou sempre vivo.
Povo sou eterno.
.

3 comentários:

Poesia Galvaneana disse...

Adoro esse blog!
Estou sempre aprendendo.

Emanuel Galvão

JAC disse...

Não exagere, meu amigo. Este poema do grande Lêdo Ivo, eu tinha guardado e não publicado, foi postado pela vereadora Heloísa Helena, Facebook, hoje como um desabafo. Então lembrei dele e fiz a postagem também, porém, sem conotação política.
Obrigado por sua presença sempre.
JAC

JAC disse...

Não exagere, meu amigo. Este poema do grande Lêdo Ivo, eu tinha guardado e não publicado, foi postado pela vereadora Heloísa Helena, Facebook, hoje como um desabafo. Então lembrei dele e fiz a postagem também, porém, sem conotação política.
Obrigado por sua presença sempre.
JAC