terça-feira, 20 de agosto de 2013

UM POEMA DE PABLO NERUDA

.
ACONTECE
.
Bateram à minha porta em 6 de agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.
.
Nunca me esqueci daquela ausência
que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.
.
Ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.
.
Que entrevista espaçosa e especial!

Nenhum comentário: