sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Recordando Florbela Espanca

Florbela Espanca
*
Charneca em Flor
*
Florbela Espanca
*
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frêmito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...
*
Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
*
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...
*
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
*
(Este é m dos sonetos preferidos da amiga jornalista Edna Cunha)

Um comentário:

Unknown disse...

Zealberto, simplemente ADOREI!