sábado, 20 de dezembro de 2008
Poesia de Lou Correia
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Poesia de Enaura Quixabeira

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Amado meu,
- porta entreaberta de meus sonhos –
vejo-te, hoje, chegar
devagarzinho,
escancarando a porta
de minha vida.
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Distante de ti,
sou palavra nua,
despida de significado.
Junto de ti,
sou palavra viva,
derramando-me
em cascatas de alegria.
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Sonata de outono para
cordas doloridas
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O amor, canto suave,
às vezes se faz desafinação.
Seus agudos estilhaços
ferem, rasgam dilaceram.
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Insuportável dor
que parece não findar.
Mas, aos poucos, do fundo d’alma
sons de finíssima harmonia
irrompem
numa melodia triste e pungente.
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Sonata de outono
para cordas doloridas.
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Enaura Quixabeira Rosa e Silva, alagoana de Maceió, começou sua carreira literária em 1995, a com publicação do ensaio “A Alegoria da ruína”. É doutora em Letras pela Université Stendhal Grenoble 3 e mestra em Literatura Brasileira na Universidade Federal de Alagoas. Sócia efetiva da Academia Alagoana de Letras. Os poemas reproduzidos acima estão no livro “Sonata de Outono para Cordas Doloridas” (RG Editores – São Paulo – SP, 2004).
sábado, 13 de dezembro de 2008
Mario Quintana

não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
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colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube
o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!
Poema do Padre José Neto

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Queres navegar no interior de alguém?
Olha para seus olhos!
Os olhos brilham...
Ofuscam!
Os olhos lacrimejam...
Se tornam áridos!
Os olhos pedem...
Negam!
Os olhos riem...
Se entristecem!
Os olhos confiam...
Desconfiam!
Os olhos escondem...
Mostram!
Os olhos acusam...
Defendem!
Os olhos amam...
Odeiam!
Os olhos enxergam...
Nada vêem!
São eles, a vitrine da alma!
Por eles o conhecido deixará de ser desconhecido,
mesmo que não seja totalmente conhecido!
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Padre José Neto de França nasceu no atual município de Carneiros - AL, entrou para o seminário aos 30 anos, hoje é Administrador Paroquial da Paróquia de São Cristóvão, em Santana do Ipanema – AL. O poema “Os Olhos” consta do seu livro “Não ser... Ser! Viver: um grande desafio” (Q Editora – Maceió – AL – 2008).
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Sonetos de JUCÁ SANTOS

Muitos anos depois
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Muitos anos depois, o nosso amor
Possui a mesma força do passado.
O mesmo sonho que já foi sonhado
E o mesmo verdadeiro resplendor.
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Muitos anos depois, o mesmo amor
Que entre nós dois havia, permanece,
Como se fosse a fervorosa prece
Que, juntos, dirigimos ao Senhor!
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Muitos anos depois, as nossas vidas
Continuam marchando sempre unidas
Na realização dos seus projetos.
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Muitos anos depois, mil estribilhos,
Cantamos, em louvor dos nossos filhos
E nossos tão abençoados netos.
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Agonia do poeta
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Quero escrever, mas algo me atormenta...
Nem um verso, sequer, me brota d’alma.
Uma vontade louca me impacienta
E lentamente eu vou perdendo a calma.
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Essa vontade que me surge lenta,
Rapidamente, dentro em mim se espalma.
Meu coração, depressa, então rebenta
As cadeias que o prende e não se acalma.
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Quero escrever, meu Deus! Quero escrever!
Minh’alma tristemente quer dizer
Seu sofrimento ao mundo de ilusão.
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É inútil tentar e eu fico mudo,
Pois se tenho papel e pena e tudo...
Me falta o principal: INSPIRAÇÃO!
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domingo, 30 de novembro de 2008
Poemas de Rosimeire Rodrigues Cavalcanti
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Buscou no céu
Uma estrela
Retornou com as mãos
Cheias de vento.
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Da estrela, o peso
Ausência de forma
Luz e cor.
Cansou de buscar
Sua estrela.
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Acomodou no ser o vento
Descrente no amor
Sem querer, nem poder ter...
No céu, uma estrela.
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Espera
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Estrela-guia
guiada, guiando
o nômade errante,
vida sem rumo,
rumo sem eu.
Contrapondo o ponto
sem pranto
vazia, esperança-guia
a esperar quer ser
embora sem ter,
da estrela-guia
a luz.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Poema de Carlos Pena Filho

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Para fazer um soneto
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e espere pelo instante ocasional.
Nesse curto intervalo Deus prepara
e lhe oferta a palavra inicial.
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Aí, adote uma atitude avara:
se você preferir a cor local,
não use mais que o sol de sua cara
e um pedaço de fundo de quintal.
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Se não, procure a cinza e essa vagueza
das lembranças da infância, e não se apresse,
antes, deixe levá-lo a correnteza.
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Mas ao chegar ao ponto em que se tece
dentro da escuridão a vã certeza,
ponha tudo de lado e então comece.
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Carlos Pena Filho, poeta e jornalista pernambucano, faleceu vítima de um acidente de trânsito, em Recife (PE), em junho de 1960, aos 31 anos de idade, quando era aclamado como um dos artífices da nova poesia brasileira. O soneto acima integra o livro “Melhores Poemas - Carlos Pena Filho” (Global Editora, Recife - PE).
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Poemas de Mellina Torres Freitas
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Mesmo sabendo que sou ausente,
andarilho cheio de paixão,
relembrando beijos eloqüentes
imortalizando-os em outros corações,
agora peço-te que sejas meu.
Com você seguirei eternamente,
linda flor, inspiradora dos meus versos,
estrela maravilhosa do universo.
Andando por eternas madrugadas,
decifrando a vida já decrescente,
estarei te esperando quando quiser, no mar.
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O amor
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O amor é como o mar,
convidativo e envolvente.
Às vezes devagar,
remando contra a corrente;
às vezes, por muitas vezes,
deságua dentro da gente.
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O amor é como o vento,
pairando sobre a cidade.
Às vezes, brisa serena
soprando ao cair da tarde;
às vezes, por muitas vezes,
inconstante tempestade.
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Mellina Torres Freitas nasceu em Maceió, é advogada, escritora e poeta. É membro do Grupo Literário Alagoano, da Academia Alagoana de Letras e Artes da Magistratura e Sócia Honorária da Academia Maceioense de Letras. Publicou o livro de poesias “O Vôo das Borboletas” (Editora Catavento, Maceió-AL, 2005), de onde foram extraídos os poemas acima. Prepara um livro de crônicas ainda sem título. Aos 24 anos enveredou pela política, seguindo a tradição familiar, e elegeu-se prefeita do município de Piranhas (AL), terra natal de seu pai, onde viveu grande parte de sua vida.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Dois poemas de Lêda Mello
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Tomei emprestado
o teu bloco de notas
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Tolice
domingo, 9 de novembro de 2008
Poemas de Elizabeth Carvalho Nascimento

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Lembra o tropeço do minueto
que dançamos pela vez primeira?
Lembra o licor que restou
no primeiro sonho lugar comum?
Lembra o adágio sonolento
que parou na quinta nota difusa?
Lembra do adargueiro
que na falta de guerras
escudava o amor?
Lembra da tosca azenha de vovó
que girava moendo segredos?
E ficamos no ar
eternos ébrios
do amor que sequer começou
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Timidez
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Ao fitar seus olhos
me vem patética timidez
tão tola
quanto o preconceito
enfrentado pelo solitário pingüim
que estático
na fantasia do pólo
repousa acima de nós
sobre a geladeira
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segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Dois poemas de Aydete Vianna de Lima

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Noite sem lua,
Deixa que me abrigue
No teu manto
De infinita escuridão.
Apanha-me em teus braços
De suave negrura
E por um leve momento
Aplaca esta dor
Que o mundo me causa.
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Seu Amor
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Concentro no corpo
O perfume de todas as flores
A luz de todas as estrelas.
Cantam em mim rios correntes
Pássaros alegres e fontes.
Dançam em mim as borboletas
Como se eu fosse um jardim.
Seu amor me transmuda em festa
Faz dos meus sonhos, canções
E de minha alma, a paz.
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Aydete Vianna de Lima nasceu em Maceió, é advogadas formada pela Universidade Federal de Alagoas, é Procuradora de Justiça (aposentada), jornalista e poetisa. Os poemas acima estão no seu livro “As Guirlandas de Puck”, Edições Catavento, Maceió-Alagoas (2003).
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Poema de Marília Rodrigues Alencar
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Noite de lua cheia
A rua clareia
O sexo aflora
Mulher vira sereia
Homem, lobisomem
Loucos, mais loucos
Corações sensíveis
Lágrimas escorregam
Choro corre solto
Timidez tem fim
Sorrisos viram gargalhadas
Os mudos tornam-se calados
Os calados, tagarelas
Os tagarelas, ninguém agüenta
O mundo vira pelo avesso
E só volta ao seu lugar
Quando a lua cheia passar...
Marília Rodrigues Alencar é médica com especialização em Psiquiatria e prepara seu primeiro livro de poemas - Paixão Acesa - que deverá ser lançado até o final do ano.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Poema de Valderez de Barros
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Não quero falar do luar,
Pra não lembrar
De que já me embriaguei
Beijada pela sua magia
E depois, dolorosamente acordei
De tantos sonhos e ilusões...
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Não quero falar do mar,
Pra não lembrar de que nele
Já naveguei e me perdi,
Buscando a felicidade
Na sua beleza e imensidão...
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Não quero falar de amor,
Pra não chorar...
Pra não machucar
Meu coração...
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domingo, 19 de outubro de 2008
Maria Nascimento Santos Carvalho (*)
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(*)Maria Nascimento Santos Carvalho nasceu em Coruripe (AL) e muito cedo mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Ainda na adolescência começou a fazer versos e hoje é a presidente nacional da União Brasileira de Trovadores. Escreve trovas, sonetos, poemas e contos. Tem vários livros publicados.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Poema de Luiz Nogueira (*)

O poder
Eis o poder:
É ali. Não é tão distante!
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Mas digo-te que:
- por sua estrada
já passaram muitos homens
com os seus sonhos,
deixando poeira
sobre as folhas e sobre as flores.
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Aconteceu porém a muitos,
despreparados para essa viagem
que a fome, a sede e a desesperança,
aguardavam por eles no percurso.
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E sabe-se que,
entre os poucos que ali chegaram,
alguns, despojados dos sonhos e mudados,
esqueceram-se da linguagem que falavam.
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E será, talvez, por isso,
que gritam, urram e soltam bombas.
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O poder é ali. Não é tão distante!...
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(*) Luiz Nogueira Barros, alagoano de Pão de Açúcar, é médico, poeta, escritor, membro efetivo da Academia Alagoana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas,com vários livros publicados.
A Palavra
pois se referem a pequenas coisas.
para o que é grande os nomes são pequenos:
assim a vida e a morte, a paz e a guerra,
a noite, o dia, a fé, o amor e o lar.
Aprende a usar, com grandeza, as palavras pequenas.
Verás como é difícil fazê-lo,
mas conseguirás dizer o que queres dizer.
Entretanto, quando não souberes o que queres dizer,
usa palavras grandes, que geralmente servem
para enganar os pequenos".
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De Arhur Kudner, para seu filho.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Poesia de Cavalcanti Barros
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Soneto "Flor de Laranjeira"
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Num álbum de sonetos vi pedaços,
pedaços bem diversos de outras vidas.
Vi almas suspirando doloridas,
e de amarguras vi profundos traços.
Em cada página encontrei, esparsos,
doridos corações, almas doridas,
amor, paixão, saudades incontidas,
anseios, beijos, dor, sonhos e abraços.
E nessa singular promiscuidade,
senti, silente, a dor duma saudade.
Outras dores iguais também senti,
Como se fosse um espelho desta vida,
eu vi minh'alma, inteira, refletida
naqueles versos que em suspiros li.
José Cavalcanti Barros é procurador aposentado, jornalista, poeta, membro efetivo da Academia Maceioense de Letras e da Academia Maçônica de Letras. O soneto acima faz parte do livro "Tempo de Agora" (1988), edição esgotada.
domingo, 12 de outubro de 2008
Poemas de Ana de França

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Devaneios
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Nos devaneios do coração
a alma cativa
sofre a ilusão,
acuada
sem saída
força passagem
abre ferida,
nos devaneios do coração.
Asas da Morte
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de asas abertas
a noite rondava
buscava abrigo
alguém a esperava
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no silêncio da noite
na brancura da lua
a rua deserta
a espera acentua
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Ana (Maria) de França, nasceu em Santana do Ipanema (AL), é advogada e vem produzindo poesias há algum tempo. Figurou da antologia "A poesia das Alagoas" (Editora Bagaço, Recife-PE, 2007) e está com um livro a caminho da gráfica, que será lançado no início de 2009.
Soneto de José Reinaldo Melo Paes
Velho teatro da minha antiga cidade,
Relicário de tão saudosas emoções,
Estarás sempre nas gratas recordações
Dos longínquos dias da minha mocidade.
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Teatro de ilusões foi também minha vida.
As estrelas foram as luzes da ribalta,
Que iluminaram meus céus em noite alta
Ao som de uma canção bela e comovida.
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A tua lembrança que é sempre saudade,
A diferença entre o palco e a realidade
Lembram em tudo o sonho que nos contradiz:
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Tuas histórias sempre terminaram bem,
Sonhos em minha vida eu tive também,
Mas nem sempre tiveram um final feliz.
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*José Reinaldo de Melo Paes é médico, poeta, declamador e escritor. É autor do livro "Poemas e Reflexões"
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Poema de Judas Isgorogota (*)
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Mudos, olhando o embalo das maretas
os dois homens pararam; junto ao cais,
balouçantes, enormes silhuetas
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de velhos barcos setentrionais
faziam retinir, como grilhetas,
os elos das correntes colossais...
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Foi olhando essas naus, à Ave Maria,
na hora em que tudo em solidão se vê,
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que aqueles homens rústicos, um dia,
choraram muito sem saber porquê...
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(*) Judas Isgorogota (Agnelo Rodrigues de Melo) nasceu em Lagoa da Canoa, Alagoas, (1921) viveu em Maceió, mudou-se aos 23 anos para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo onde ganhou projeção internacional e veio a falecer em 1979. Publicou 15 livros de poesias, uma novela e cinco de poesias infantis. Parte de sua obra poética traduzida para vários idiomas (francês, inglês, alemão, espanhol, italiano, húngaro, árabe, checo e lituano). Com toda essa bagagem é quase um desconhecido em sua terra.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Conselho sensato

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Poema de Cora Coralina

Muitas vezes basta ser:
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Oração das Mulheres
sábado, 4 de outubro de 2008
Soneto de Francisco Valois
Soneto à bailarina morta
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Esfera em equilíbrio, ela dançou
vestida de crepúsculo, marcada
pelo estigma da valsa fenerária
e, dominando o espaço, estremeceu
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as colunas marmóreas do edifício.
Circunscritos ao círculo de fogo,
os passos invadiram o hectare
do sono, projetando a silhueta
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- miniatura de pássaro, pelo ar.
E valsou... E valsou por sobre rosas...
Inebriada de sons, ela estancou,
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vacilou e caiu petrificada.
- Sua carne ficou por sobre a lápide
a sua alma se foi bailando no ar.
Poemas de Jorge Cooper
É maior que a solidão da lua
Minha solidão soma
a solidão do morto
e a solidão da lua
- Sou mais só
que um louco.
ser tempo de
passar a vida a limpo
- (Não custa passar a vida a limpo
Não lhe tenho é o rascunho.
o homem enterra o seu passado
cavalga o dorso do tempo
não olha mais para os lados
vai de si mesmo saldado)
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Poema de Eudes Jarbas

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Eudes Jarbas (*)
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Querida...
Quando eu morrer
Me tome nos braços como filho,
Me deite na cama, vista meu corpo e,
Penteie os meus cabelos,
Entrelace minhas mãos sobre o meu peito
(Como se eu estivesse fazendo uma Prece).
Não me molhe com suas lágrimas
E não amasse a minha roupa...
Com seus abraços.
Beije, apenas, minha testa,
Sem deixar os vestígios dos seus lábios.
Lembre-se que vou partir
Para uma longa viagem...
Vou me encontrar com Deus
E não quero que ele me veja em
Desalinho.
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(*) Eudes Jarbas de Melo, (21.02.25 – 26.09.99) advogado, jornalista, poeta, cronista, contista, deixou publicado: Teias de Ilusão e Ninho de Rosas (poesia), O Lobisomem (contos) e Etiqueta - Regras de Comportamento Deixou inéditos: "Além da Imaginação" e "Estórias que eu ouvi contar", ambos de contos.
domingo, 28 de setembro de 2008
Dois poemas de Rosiane Rodrigues
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anjo solitário
nos teus devaneios,
eu te invoco
no fim da estação
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acende o brilho
das estrelas
no caminho
me estende a mão!
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***
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Voyeurismo
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espreito teus olhos
curvas e linhas
delicado contorno
do teu corpo
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espreito a ti
anjo que levita
e nos meus sonhos
coabita.
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(Do livro “A tentacão do anjo”. Rosiane Rodrigues é médica, escritora e poeta, com vários livros publicados)
sábado, 27 de setembro de 2008
Lições do mestre Graciliano Ramos

Deve-se escrever das mesmas maneiras como as lavadeiras lá de Alagoas fazem o seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada,molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano molham-no novamente voltam a torcer, colocam o anil, ensaboam e torcem uma , duas vezes.
Depois, enxáguam. Dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano Na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra. Torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para dizer.
(Graciliano Ramos em entrevista em 1948)
Sextilhas do JAC
veio da rosa pra mim,
em minha mão calejada
deixou olor do jasmim,
um momento comovente
que só se vê num jardim.
*
A borboleta e a rosa
se confundem na folhagem,
uma nasce perfumada,
outra parece miragem,
uma vive no jardim
a outra está de passagem.
*
A menina acompanhou
aquela cena tão bela
desejando criar asas
e sair pela janela
beijando todas as flores
qual borboleta amarela.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Recordando Florbela Espanca

O frêmito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Poema do JAC
rasgando nuvens
inundou a noite,
abriu caminhos,
vazou riachos,
desceu encostas,
destruindo sonhos,
levando vidas.
O sol encontrou
a menina Estela
suja de lama,
tremendo de frio,
embalando o bebê
que Maria deixou
ao partir sem adeus
na força das águas.
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Zealberto Costa
(Agosto/2008, em noite de muita chuva)
Copyright © 2008 By Zealberto
All rights reserved
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segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Primavera

Prenuncia-se, enfim, a primavera...
Eu quisera pensar como outrora,
Não achar que a vida é pura quimera...
Novamente olhar a todos com ternura,
Ver nas flores, sempre tão singelas,
Todos os matizes que a natureza lhes fizera!
*
Copyright © 1993 By Lou Correia
In "Centelhas do Meu Viver"
All rights reserved.
Publicado no Recanto das Letras em 22/09/2008
Código de texto: T1190864
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Viva Movimento da Palavra

quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Manu Melo abre seu Coração

Manu Melo (*)
Senhor, acalma meu coração que tem orado pouco e errado muito.
Perdoa todas as vezes que dormi na metade da oração, pois não justifica o cansaço.
Perdoa Senhor, todas as vezes que deixei de cumprir com minhas obrigações de filha, de sobrinha, de neta, de amiga.
Perdoa todas as vezes que não fui visitar o Tio Zé no hospital, e perdoa os dias que não estava do lado do Tio Maresia enquanto ele sofria, pouco antes de falecer.
Perdoa as vezes que não consegui consolar minha vó por fraqueza. Todas as vezes que preferi sair a ficar com minha mãe.
Ai Senhor, me perdoa por não me dedicar mais na faculdade. Por querer fazer tudo de uma vez e acabar deixando muito sem fazer. Quando é, Senhor, que eu vou aprender? Por que crescer dói tanto? Por que amar se conjuga com tristeza?
Perdoa, também, por todas as vezes que magoei alguém. Todas as vezes que pensei maldades, que senti raiva e que odiei a atitude de alguém. Ah, como eu queria ser melhor! Como eu queria uma varinha mágica para que tudo fosse resolvido! Mas na verdade Senhor, diante de tudo que já foi pedido, só tenho a coragem de pedir mais uma coisa: Senhor, só me dê mais coragem pra prosseguir.
Só isso. Amém!
(*) Manu Melo (foto), estudante de Fisioterapia, é cronista nas horas vagas e minha eventual colaboradora na coluna Espaço Acadêmico, do jornal "A Notícia".
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Copyright 2008 by Manu Melo
All rights reserved.Maceió(AL), 18.09.2008
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Saudades de Paripueira...
Outras municípios litorâneos estão se desenvolvendo, atraindo turistas, criando oportunidades para os seus filhos, movimentando o comércio, o artesanato, os bares e os restaurantes. O crescimento hoteleiro ao longo do litoral alagoano é uma realidade. Sem falar em Maragogi que ganhou tradição e fama internacional, podemos citar Japaratinga, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres (Porto da Rua) e, mais ao Sul, Marechal Deodoro, Barra de São Miguel, Coruripe, etc E Paripueira? Nada. Parece até que está fora do mapa. É uma pena.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Tributo a Amaro da Rocha Guedes

com o calor abrasador.
Mentira, tudo mentira,
foi pensando em nosso amor.
***
A minha triste cantiga
sai de minha inspiração,
e como um sopro divino
voa pro teu coração.
***
em meus ouvidos soprar,
era o teu anjo da guarda
de mansinho a me acordar.
Em 2002, publicou o livro "Águas do Paraíba" contendo crônicas e poesias, sempre falando de sua terra e sua gente. Era casado com dona Nadege, deixou três filhos e netos.
Várias vezes foi à sua residência no bairro de Jaraguá (Rua Cristovão Colombo) para ouvir aquela prosa agradável, relembrando o Quebrangulo do tempo dos meus avós maternos e admirar os quadros pintados por dona Nadege. A casa dos Rocha Guedes era uma verdadeira pinacoteca, por falta de espaço, havia quadros até nos banheiros.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Síndrome do Medo
domingo, 7 de setembro de 2008
Coisas silenciosas
sábado, 6 de setembro de 2008
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Carlito Lima na Academia Alagoana de Letras

"Meu caro amigo Carlito,
Recadinho aqui do Blogueiro:
Parabéns, Velho Capitão, foi uma vitória merecida.
Um abraço do seu leitor e admirador,
JAC